segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ébano


Nunca pensei que  este livro de viagens me fizesse entrar pelo continente africano com tamanha sofreguidão.



Sinopse
"Vivi alguns anos em África. A primeira vez que lá fui foi em 1957. Nos quarenta anos seguintes aproveitei todas as oportunidades para lá voltar. Viajei muito. Evitei rotas oficiais, palácios, personalidades ilustres e a grande política. Preferi viajar em camiões que encontrei por acaso, acompanhar nómadas pelo deserto, ou ser hóspede de uma família de agricultores da savana tropical. A sua vida é um trabalho árduo, uma luta constante, que eles aceitam com uma resignação e um ânimo extraordinários.
Este não é assim um livro sobre a África, mas sim sobre algumas pessoas de lá, sobre os encontros que tive com elas, o tempo que passámos juntos. É um continente demasiado grande para poder ser descrito. É um verdadeiro oceano, um planeta independente, um cosmos variado e rico. É apenas por uma questão de simplicidade e de comodidade que falamos de África. De facto, essa África não existe sequer, a não ser como conceito geográfico."

Ryszard Kapuscinski (autor)

máquina de fazer espanhóis


O fio da vida some-se entre as paredes brancas daquele "sítio" (casa da feliz idade).

"estou entregue, pensei. aos meus pés os dois sacos de roupa e uma enfermeira dizendo coisas simples, convencida de que a idade mental de um idoso é, de facto, igual à de uma criança. o choque de se ser assim tratado é tremendo e, numa primeira fase, fica-se sem reacção. se aquela enfermeira pudesse acabar com aquele sorriso, ao menos acabar com aquele sorriso, seria mais fácil para mim entender que os meus sentimentos valiam algo e que sofrer pela laura não vinha de uma lonjura alienígena, não era uma estupidez e, menos ainda, vinha de um crime para clausura e tudo. e ela sorria e eu poderia desejar-lhe, com tanto desprezo, o pior mal do mundo. que lhe arrancassem os braços e as pernas, pensava eu, tirem-lhe os olhos e façam-lhe perder a voz e chamem-lhe cabra porque é o que ela merece. senhor silva, com esta mantinha vai ficar quentinho à noite. ainda aqui vai ter muitos sonhos bonitos, vai ver."

Valter Hugo Mãe consegue mexer com  as nossas representações interiores e revolvê-las.
Fala-nos sobre a vida e sobre a morte.
Sobre nós que não cabemos inteiros nesta sociedade de trabalho e consumo. Que perdemos a dignidade quando somos cúmplices do regime e nos acobardamos. Mas pagamos caro quando a nossa demência nos denuncia.


El paraíso de los gatos

                             

    

Parabéns





                                                             Parabéns

À Jessica de dezembro
que é a nossa!
Esguia, de olhos brilhantes
Com coração de mel.
Nela sentimos
A lindeza da alma,
A pureza do ser
e o Mundo que vai ter.
Força, Jessica,
Jessica de dezembro.
Ternura quente
De um dia frio.
Somos amigas, amigas do peito
e estamos contigo


Poema


Dias e dias
passam transparentes
no fio , no gume
das palavras silentas,
sem retorno.
Ficam amargas
no fio do tempo
por dizer.
Crescem
e ficam.

ISABELA FIGUEIREDO LANÇA “UM CÃO NO MEIO DO CAMINHO”

https://youtu.be/qTt36ja7LOQ?si=Kjlj0eKp0zUYnBLY&t=168