domingo, 12 de outubro de 2014

O Mosteiro de Agustina


A biografia de Dom Sebastião, escrita por Belchior, personagem da narrativa principal, surpreende-nos. 
Mas já no final do penúltimo capítulo, as sobrinhas de Belche encontram “o caderno de Belche, a sua história sebástica”: 
Em O Mosteiro, a rutura da sequência narrativa, leva-nos à questão da biografia elaborada.
Belchior é uma personagem e um escritor de ficção. A sua história,  (nos quatro primeiros capítulos), é a história de um escritor em formação. Quando se chega à biografia de D. Sebastião, já conhecemos o escritor. 
Mas o conhecimento do texto de Belchior só é possível quando ele sai  da gaveta do esquecimento. 
Não é fácil dizer como as coisas se passaram - uma reflexão e reescrita do mito  sebástico, procurando as respostas, os impulsos e a inevitabilidade que levaram D. Sebastião àquela batalha.
O Vale de S. Salvador,  mergulhado numa atmosfera de nevoeiro, prenuncia o Desejado.
O episódio de Alcácer-Quibir possibilita ao mosteiro e ao vale, a libertação financeira e psicológica.
 A população de São Salvador vê-se livre da responsabilidade do sucesso, tão sonhado quanto impossível, e capaz de trabalhar suas frustrações e expectativas reais, sem o sonho do passado.

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ISABELA FIGUEIREDO LANÇA “UM CÃO NO MEIO DO CAMINHO”

https://youtu.be/qTt36ja7LOQ?si=Kjlj0eKp0zUYnBLY&t=168