A biografia de Dom Sebastião, escrita por Belchior, personagem da narrativa principal, surpreende-nos.
Mas já no final do penúltimo capítulo, as sobrinhas de Belche encontram “o caderno de Belche, a sua história sebástica”:
Em O Mosteiro, a rutura da sequência narrativa, leva-nos à questão da biografia elaborada.
Belchior é uma personagem e um escritor de ficção. A sua história, (nos quatro primeiros capítulos), é a história de um escritor em formação. Quando se chega à biografia de D. Sebastião, já conhecemos o escritor.
Mas o conhecimento do texto de Belchior só é possível quando ele sai da gaveta do esquecimento.
Não é fácil dizer como as coisas se passaram - uma reflexão e reescrita do mito sebástico, procurando as respostas, os impulsos e a inevitabilidade que levaram D. Sebastião àquela batalha.
O Vale de S. Salvador, mergulhado numa atmosfera de nevoeiro, prenuncia o Desejado.
O episódio de Alcácer-Quibir possibilita ao mosteiro e ao vale, a libertação financeira e psicológica.
A população de São Salvador vê-se livre da responsabilidade do sucesso, tão sonhado quanto impossível, e capaz de trabalhar suas frustrações e expectativas reais, sem o sonho do passado.
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