sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Mar de John Banville

 Max Morden viaja até uma cidadezinha do litoral,  na Inglaterra, onde costumava passar as férias de verão. Conhece a família Grace: os gêmeos Myles e Chloe, os pais Carlo e Connie, e a governanta Rose. O relacionamento de Max com os Grace mostra um período de descobertas variadas, típicas da adolescência. Uma mistura de sentimentos, de experiências, de vivências se desenrolam.

Em paralelo, Max conta de seu convívio com a mulher, Anna e de seu relacionamento com a filha.

A narrativa oscila entre o presente e o passado, dando uma impressão de lentidão, de que estória não caminha, mas que apenas momentos desconexos são lançados no papel. É preciso persistir na leitura para descobrir o porquê desta forma narrativa. Nas páginas finais, descobre-se aonde Banville quer chegar e tudo se clareia.

Tive a nítida impressão de que a narrativa reflete a memória esfumaçada, enevoada. Fatos e eventos são lembrados - por vezes com muitos detalhes, por vezes com detalhes confusos - de formas variadas, mas estas peças do quebra-cabeça somente se encaixam no final do livro. Talvez o livro retrate um emaranhado de peças que precisam ser encaixadas, descortinando a figura final somente no epílogo. É uma linda metáfora da vida e da transitoriedade da vida.

A morte e a dor da perda são presenças constantes no livro, razão pela qual Max volta à cidadezinha de veraneio. Tenta reconciliar-se com o passado, entender o que aconteceu e como sua vida mudou nestes anos. Max precisa reencontrar-se para seguir em frente e perceber que a vida é um constante caminhar.

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ISABELA FIGUEIREDO LANÇA “UM CÃO NO MEIO DO CAMINHO”

https://youtu.be/qTt36ja7LOQ?si=Kjlj0eKp0zUYnBLY&t=168